<b>Cristo si è fermato a Eboli, de Carlo Levi (1945) e Francesco Rosi (1979): memórias da cor de olhos tristes</b><br>

Autores

  • Gabriela Kvacek Betella USP

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8951.2010v11n98p50

Resumo

Como gênero híbrido a narrativa de Carlo Levi é relato objetivo e elaboração subjetiva equalizados numa forma literária. Escrito entre 1943 e 1944, o livro evoca com ares de memória o período de 1935 e 1936, o exílio do escritor. O filme baseado no relato fragmenta o cotidiano da região problemática e faz sobressair a verdade almejada pelos discursos compostos em tempos de crise, reforçada pela ação e expressão sem provincianismo e sem aristocratismo compensatório. É possível ver uma incapacidade até certo ponto natural do filme de Rosi ao traduzir a síntese de tratamento literário e reflexão histórico-social. Por isso é necessário ler a adaptação como atitude sobre a matéria literária e resultado da experiência histórica. O caráter memorialístico se firma no artifício que aproveita a abertura do livro, o curto monólogo do autor, moldura da narrativa. A presença da pintura materializa as questões sobre o absurdo contido nas telas.

Biografia do Autor

Gabriela Kvacek Betella, USP

Bacharel em Letras (italiano) pela FFLCH-USP, com mestrado e doutorado pela mesma instituição, ambos em Teoria Literária e Literatura Comparada. Especialista em gêneros literários híbridos. Atualmente na área de Literatura e Cinema, além de professora no ensino superior.

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Publicado

2010-05-24

Edição

Seção

Artigos